Acho que já devo ter falado aqui umas mil vezes sobre a escassez de livros infantis que abordem famílias multirraciais. Aparece um cá, outro lá, mas quase nunca consegui achar um onde o negro não fosse pobre, sem estudos, fugitivo, escravo ou qualquer outra coisa do tipo.
Aí, certo dia, tava passando em frente a uma livraria que costumo frequentar, e a dona me chamou e disse que o pai dela, Elias Kaufman, ia fazer pra mim, inspirado nas nossas conversas, e que finalmente teríamos o tal livro que tanto falo.
Achei que tinha me emocionado o suficiente no dia que recebi essa notícia, mas ontem foi o dia do lançamento!
Ficou lindo! Ficou simples, bonito, enfim...
Miguel veio ao lançamento e foi apresentado a todos como a inspiração e motivação para o livro - quase morri!
Não consigo saber o que me emociona mais: se é o livro em si, se é o poder transfomador que temos quando contamos nossas histórias, se é ter inspirado alguém a escrever , se é saber que agora várias pessoas vão ter essa história em suas casas...
Não sei o quanto isso representa nesse papo todo de preconceito racial, mas também nem quero saber, o que me interesse nesse contexto todo é saber que pode sim ter livro ou qualquer outro material que fala de pessoas e famílias sem rótulos e preconceitos.
Quero que meu filho cresça sabendo que as pessoas podem ser aquilo que elas quiserem e que a cor da pele é só mais uma característica dentre tantas outras.
O texto é de Elias Kaufman e as ilustrações são de Noel S. Marinho.
Beijos, Evelin.
