quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Das conversas em rodinhas de mães ao consultório.


Meu filho ouve bem? Faz contato visual? Sentou, engatinhou, andou no tempo certo? E as primeiras palavrinhas, quando vão aparecer? E quando é que vai começar a formar frases? E essas trocas na fala, será que são normais pra idade??? Está gaguejando, e agora???

 

Mãe é um ser naturalmente preocupado e se tratando de Mãe Fonoaudióloga, essa preocupação passa a ter um tom ainda mais específico. Trabalhamos diariamente com crianças que apresentam dificuldade na comunicação, e essas dificuldades vão desde trocas de sons na fala até a ausência da mesma, como ocorre em alguns casos de autismo.

 

Então, desde que os meninos nasceram, ativamos o chip da preocupação com tais aspectos. E ativamos de verdade, com direito a conversas com amigas da mesma área, avaliações, lista de palavras, etc rsrsrs

 

Mas, pra começo de conversa é importante saber que de fato cada criança tem seu ritmo de desenvolvimento, logo, uns começam a falar antes, outros um pouco depois e todos seguem se desenvolvendo.

 

Mas falar não é algo tão simples, muito menos uma atividade isolada, às vezes, o atraso pra falar não é só questão de tempo... Como saber se esse é o caso do seu filhote? Bom, para isso existem alguns parâmetros que servem pra nortear o desenvolvimento e dar uma idéia do caminho que a criança está percorrendo ou irá percorrer e no caso de algumas mães pra tirar onda que seu filho fala trocentas palavras com tantos meses.

 

Então, por exemplo, a partir dos 3 / 4 meses o bebê já começa a balbuciar, entre 9 e 10 meses já espaça as vocalizações dando espaço às respostas dos adultos, a partir de 1 ano começa a produzir as primeiras palavras e até os 2 anos já apresenta um repertório de aproximadamente 50 palavrinhas. Esses são uns dos marcadores pra gente ficar ligada.

 

Outro dado mega super importante é a brincadeira. Ela não só estimula o desenvolvimento da fala, como também é um ótimo sinalizador se está tudo caminhando bem ou não. Até 1 ano de idade as brincadeiras são mais motoras, os pequenos levam os objetos à boca, batem, socam, empilham, coitado dos pobres brinquedos, Woody e Buzz estão aí pra provar que não é moleza não.

 

A partir de 1 ano, os pequenos já começam a brincar imitando situações que eles vivenciam, iniciando o faz-de-conta. Aquela nossa boa e velha conhecida brincadeira de dar comidinha, dar banho nos bonecos, levar pra passear de carro, etc..

E brincadeira é algo que tem que ser feito todos os dias, porque dessa forma nossos pequenos aprendem, ensinam, se tornam mais criativos, falantes, elaboram melhor o pensamento...

 

Não podemos ficar na neura de achar problema em tudo, mas também não podemos fazer vista grossa e nos deixar levar pelas coloridas lentes de mães babonas, porque sim, nossos filhos sempre serão os mais sensacionais do mundo, mas pode ser que precisem de alguma ajuda ou estimulação.

 

Não é exagero procurar ajuda de um especialista se você acha que alguma coisa está errada ou está demorando pra acontecer com seu filho. Procure um bom profissional, competente, com referências. Exponha suas dúvidas, fale das suas preocupações, faça uma avaliação. Em boa parte dos casos é bem simples e uma boa orientação com atividades e brincadeiras, pra fazer em casa, já vai resolver. Em outros casos, será necessário fazer o tratamento, o que também não é nenhum bicho de sete cabeças e com certeza traz benefícios enormes para o futuro dos pequenos.

 

E falar de fono e de desenvolvimento infantil só não é mais complexo do que ser mãe, são tantos assuntos, tantas possibilidades, tantas questões. Mas é bom, muito bom! Trabalhar com essas pessoinhas é uma das melhores coisas da vida. Porque a melhor coisa da vida mesmo é ser mãe!

 

 

Vamos deixar o link de um artigo sobre desenvolvimento de linguagem, feito pra pais: (http://www.abpp.com.br/revista_psicopedagogia/index.asp?ed=78).

 

Beijos!

Evelin e Vanessa